sexta-feira, outubro 27, 2006

Não me arrependo - Caetano Veloso 2006

eu não me arrependo de você
cê não me devia maldizer assim
vi você crescer
fiz você crescer
vi cê me fazer crescer
também
pra além de mim
não, nada irá nesse mundo
apagar o desenho que temos aqui
nem o maior dos seus erros,
meus erros, remorsos, o farão sumir
vejo essas novas pessoas
que nós engendramos em nós
e de nós nada, nem que a gente morra,
desmente o que agora
chega à minha voz.

terça-feira, outubro 24, 2006

ENCONTROS...

A suavidade dos encontros nos faz acreditar nas coisas boas que tem pra acontecer em nossas vidas. As vezes dura segundos e já foi o bastante para podermos pensar positivo e não só ficarmos lamentando e chorando... Eu tenho pensado muito nas interferências que fazemos nas vidas dos outros, e vice-versa, creio que elas são indispensáveis à existência humana. Não tem como se isolar de tudo ou ficar em cima do muro é preciso agir o quanto antes, buscar o contrário dessa inércia que se instala em nossas vidas... Tem gente que fica nessa paralisia durante horas, meses, anos...

segunda-feira, outubro 23, 2006

Uma questão de posição

Não sou como os outros
tenho dificuldades de enxergar
As coisas que amo, hoje, vem dos meus desconfortos
isso não é uma loucura?
As minhas tristezas, vez por outra me despertam alegrias.
Me sinto como se amasse sozinha o que ninguém pode ver.

domingo, outubro 22, 2006

VERDADEIRO AMOR

Meu amor,
não seria um disperdício uma paixão pra vida inteira?
Imagine um ser humano se lançando aos pés de outro,
Fazendo promessas eternas.
Toda ilusão morre... desfaz-se!
Por isso a verdade!
Somos seres incapazes de paixões pra vida inteira.
Só não vamos esquecer de um bem de um dia.
O que você queria, meu amor?
Para mim a vida é isso !

quarta-feira, outubro 18, 2006

Interferência

Um senhor de mais ou menos 65 anos se aproxima de uma menina de forma muito gentil.
― Você é muito bela!
Ela agradece, também de forma gentil, mas um pouco desconcertada. O senhor sente em seu olhar que pode dar seguimento a um diálogo.
― Eu estudei quiromancia. Você sabe do que estou falando?
A menina responde que sabe do que se trata e acha interessante. O senhor se sente um pouco mais à vontade e pede a mão esquerda da menina. Nesse exato momento ela estranha, mas se rende à curiosidade. Isso provoca no senhor uma certa segurança. Continuando, ele pega na mão da menina, alisa as linhas, vira a mão, olha os dedos e de repente pede a ela um papel em branco. A menina corre para atender o pedido do senhor e traz o papel e uma caneta.
― Desenhe um caminho, uma cancela e uma árvore.
A menina fica insegura, mas se rende ao pedido do senhor. Na sua mente, uma dúvida: o que será que ele vai dizer? Com certeza deve ser algo interessante. A menina ficou mais curiosa ainda! Desenhos feitos, ele pede novamente sua mão. De repente começa a falar coisas sobre a personalidade da menina, coisas de sua vida passada, coisas que para ela são segredos íntimos. Nessa hora a menina fica paralisada, sem entender como aquele senhor poderia saber daquelas coisas, pois eles nunca haviam se visto antes. Tinha na sua face um sorriso perplexo! O senhor tinha uma voz muito baixa, nessa hora a menina achava que o tom de sua voz era só para os seus ouvidos. Para ela, as palavras daquele senhor só tinham a intenção de alcançar seus olhos! Após uma pausa de alguns segundos, o senhor disse para a menina:
― Quanto ao seu passado, posso ter te dito algumas coisas, quanto ao presente te revelei nada surpreendente e quanto ao teu futuro, só posso dizer uma coisa... Você conhece a música Carolina, de Chico Buarque?
A menina sorri.
― Então se mexa imediatamente, pois o que vejo nas linhas da tua mão é uma espécie de Carolina. Pense nisso!
E o senhor foi se afastando lentamente. No meio do caminho ele volta e diz:
― Ah! Só mais uma coisa: a felicidade está muito próxima da verdade. Pense nisso também!
Apertou a mão da menina e seguiu seu caminho.

sexta-feira, outubro 13, 2006

Hoje ouvi uma frase assim: nós fazemos os homens acreditarem na superioridade que lhes é inerente. E sabe por que eles acreditam verdadeiramente nisso? Porque nós mantemos e perpetuamos isso. Nós fomos criadas para isso. Para sermos seres inseguros diante a virilidade masculina. Sempre servindo e mendingando atenção... Que porra de cultura escrota é essa? Será um instinto maternal que nasce junto com a gente? Ou será que a minha mãe me ensinou assim? E a mãe da minha mãe ensinou a ela assim, e a mãe da mãe da minha mãe ensiou a ela assim... etc etc etc

segunda-feira, outubro 02, 2006

Dizia uma amiga para a outra:
- Vc devia se encantar mais com o mundo.
- Mas sou uma pessoa deveras encantada. Vc não acha?
- Mas esse seu encanto tem algo de irreal.
- Porque me diz isso!
- Olhe pra vc!
- Por favor não veja mais aquele filme que vc viu a sua vida inteira.
- Qual?
- Aquele filme que o roteiro é batido e cheio de clichês.
- Hummm não estou conseguindo lembrar.
- Entende quando digo que vc precisa olhar pra vc?
- Desculpe amiga, ando tão cansada...
- Então vou indo!
- Não, por favor fica um pouco mais.
- Desculpe, outra hora continuaremos essa conversa.

* O que tá faltando é só um pouco de carinho e respeito com a cegueira humana...

domingo, outubro 01, 2006

Como pode um peixe vivo...

TOM - C

F C
A minha alma chorou tanto,
G C
que de pranto está vazia
F C
Desde que aqui fiquei,
G C
sem a sua companhia

F C
Não há pranto sem saudade
F C
nem amor sem alegria
F C
É por isso que eu reclamo
G C
dessa sua companhia

F C
Como pode um peixe vivo
G C
viver fora da água fria?
F C
Como poderei viver
F C
Como poderei viver
F C
Sem a tua, sem a tua
G C
sem a tua companhia?
F C
Sem a tua, sem a tua
G C
sem a tua companhia?
A tristeza é senhora,
Desde que o samba é samba é assim
A lágrima clara sobre a pele escura,
a noite e a chuva que cai lá fora
Solidão apavora,
tudo demorando em ser tão ruim
Mas alguma coisa acontece,
no quando agora em mim
Cantando eu mando a tristeza embora,
Cantando eu mando a tristeza embora
O samba ainda vai nascer,
O samba ainda não chegou
O samba não vai morrer,
veja o dia ainda não raiou
O samba é pai do prazer,
o samba é filho da dor
O grande poder transformador (desde q o samba é samba)